Permanência na educação superior: O caso das engenheiras da escola politécnica da UFRJ

por:

Ruth Maria Moraes Oliveira Prado

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFRJ, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

RESUMO

Este trabalho se propôs a investigar, com base no referencial da sociologia da educação, as configurações, concepções e possibilidades de permanência estudantil no ensino superior brasileiro a partir da perspectiva institucional de uma universidade seletiva. Através do caso da Escola Politécnica da UFRJ (Poli) buscamos aprofundar o debate a respeito do papel da Instituições de Educação Superior (IES) no processo de permanência dos estudantes, bem como identificar concepções, ações e características institucionais que podem contribuir ou não com a permanência dos estudantes no ensino superior. No caso específico da UFRJ temos as Comissões de Orientação e Acompanhamento Acadêmico (COAA) – também alvo da nossa investigação – que desempenham um papel importante junto aos estudantes que se encontram em fase de pré-jubilamento. Os sujeitos da pesquisa foram professores da Poli/UFRJ que estavam atuando no período da pesquisa como coordenadores de cursos selecionados, presidentes de COAAs de cada um desses cursos, diretores adjuntos, vice-diretor e coordenadora da Divisão de Integração Pedagógica da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (DIPED/PR7). Por meio dos dados coletados em 12 entrevistas, buscamos responder as seguintes questões: Que ações ou estratégias institucionais têm sido desenvolvidas pela Poli em relação às questões de permanência de seus alunos? Como as COAAs estão inseridas nesse processo? Em última instância, como a Poli/UFRJ pensa a permanência dos seus alunos? Esta perspectiva se articula, se aproxima ou se distancia de preocupações presentes na UFRJ, de forma geral? Verificamos que a instituição tem desenvolvido e estruturado ações e iniciativas que visam contribuir para a permanência de seus estudantes. Há, entretanto, uma diversidade de concepções e formas de fazer acompanhamento acadêmico dos estudantes, principalmente no âmbito das COAAs. Os entrevistados apontaram a necessidade de estruturar ações de permanência que deem conta de demandas estudantis classificadas como “acadêmicas” e “não acadêmicas”. Outros pontos que demandam maior investigação dizem respeito à “dureza pedagógica” atribuída aos cursos de engenharia, às “subjetividades” e práticas que dificultam as trajetórias acadêmicas, e às ações de permanência de cunho pedagógico, que trazem para a centralidade do debate o processo de ensino e aprendizagem na educação superior.

Palavras-chave: Permanência; Educação superior; Cursos de Engenharia; Apoio pedagógico; UFRJ.

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