O mundo que deixamos em 2020 não existe mais:

por:

Bruna Dias Crespo

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Educação.

RESUMO

CRESPO, Bruna Dias. O mundo que deixamos em 2020 não existe mais: Análise das respostas institucionais aos desafios da pandemia no ensino superior. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p. 102, 2024.

Dia 13 de março de 2020 estará como marco da pandemia no Brasil em futuros livros de história, uma vez que foram decretadas uma série de medidas sanitárias para conter o avanço do novo coronavírus. Ao redor do mundo, centenas de escolas foram fechadas como medida de contingência em função do avanço da COVID-19. A suspensão das aulas foi uma ação necessária, uma vez que a escola é um espaço com um grande fluxo de sujeitos de diferentes faixas etárias, representando um ambiente com maiores chances de contaminação em massa.
Em 2020, o ambiente universitário foi marcado por lives, aulas remotas, diferentes estratégias de ensino, dificuldades com as plataformas digitais, sobrecarga de trabalho, problemas com internet e conectividade e uma infinidade de reuniões online. Apesar da implementação de protocolos de segurança, o retorno às atividades presenciais não se deu de maneira uniforme e constante no sistema educacional. Dessa forma, as Instituições de Ensino Superior (IES) precisaram incluir ou ampliar em suas agendas administrativas ações diretas para a permanência material e simbólica, como a inclusão digital, moradia, alimentação, assistência psicológica, assistência financeira e pedagógica dentre outros. Para as instituições que já compreendiam a multidimensionalidade da permanência estudantil, traduzida em políticas institucionais, esse processo ocorreu de forma menos abrupta. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo analisar as respostas institucionais das universidades federais brasileiras à crise de COVID-19, utilizando uma revisão de literatura sobre o impacto da pandemia no ensino superior. A metodologia incluiu o levantamento, a seleção e análise de 23 artigos da plataforma de Periódicos da CAPES para identificar as mudanças, desafios e ações destinadas a garantir a permanência dos estudantes. Os resultados da pesquisa evidenciaram que a autonomia universitária foi crucial para que cada instituição adaptasse seus recursos humanos e financeiros, visando atender ao máximo de estudantes por meio de auxílios e iniciativas de permanência estudantil durante a pandemia. Além disso, observamos que esse fenômeno mundial acelerou mudanças no ensino superior, ressaltando a importância de estratégias para garantir a permanência dos estudantes, como revelado nesta pesquisa sobre as universidades federais brasileiras. Reconhecemos que as instituições de ensino terão dificuldade em retornar ao estado “normal” em relação às suas práticas e desafios, uma vez que o “normal” do passado já não está mais presente pois o mundo que deixamos em 2020 não existe mais. O que temos a partir de agora é um futuro incerto que precisará de esforços coletivos das instituições de educação para ultrapassar as marcas deixadas pela pandemia.

Palavras-chave: Ensino Superior; Permanência estudantil; Pandemia; COVID-19; Responsabilidade institucional;

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