Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação.
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Melina Klitzke Martins
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação.
RESUMO
MARTINS, Melina Klitzke. Há tendência de democratização no acesso a cursos de prestígio da UFRJ? Análise com base no perfil dos ingressantes – 2013 a 2016. Rio de Janeiro, 2018. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
A educação superior brasileira, por muito tempo, foi reservada a uma parcela da população mais favorecida cultural e socioeconomicamente. Nas últimas décadas, esse nível de ensino tem passado por transformações que, entre outros aspectos, envolvem a implementação de políticas que visam expandir e democratizar o acesso. No entanto, é possível perceber que a expansão do ensino superior e a inserção de um perfil menos elitizado de estudantes têm ocorrido de forma mais ampla em instituições e cursos de menor prestígio social, potencializando as desigualdades internas na educação superior. Desse modo, com base em concepções teóricas produzidas principalmente na perspectiva da Sociologia da Educação, este trabalho tem como objetivo central analisar, com base no perfil socioeconômico dos ingressantes, se, após mudanças no acesso, tais como a adesão ao ENEM/ SISU e a implementação da Lei n.o 12.711/12 (Lei de Cotas), tem ocorrido a tendência de inclusão de um perfil menos elitizado em cursos de prestígio ‒ Medicina, Direito e Engenharia de Produção ‒ da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de 2013 a 2016. Para isso, foi realizada a análise quantitativa e descritiva dos microdados do questionário socioeconômico do vestibular 2009 e da pré-matrícula de 2013 a 2016 nos referidos cursos. Os achados demonstram que, apesar de alterações, permanece o perfil elitizado, no que se refere ao background econômico, social e cultural familiar. Cotistas que ingressaram nas modalidades sem recorte de renda representam a “elite dos cotistas”: indivíduos de origem familiar com rendas médias e altas, oriundos de escolas públicas federais e elevada escolaridade da mãe, parecido com o perfil dos ingressantes por ampla concorrência e dos ingressantes de 2009 (último ano em que, no processo seletivo da UFRJ, foi utilizado somente o vestibular, sem nenhum tipo de reserva de vagas). Já o perfil menos elitizado é encontrado na modalidade que agrega egressos de escolas públicas estaduais e critérios étnicos raciais e de renda.
Palavras-chave: Educação superior. Democratização do acesso. Cursos de prestígio. UFRJ.
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